sábado, maio 24, 2008

"Impressões" - KUMPANIA ALGAZARRA

É fácil falar das impressões que tive ao ouvir o primeiro trabalho dos sintrenses KUMPANIA ALGAZARRA porque alegria, diversão e confusão, entre outros estonteantes adjectivos acabados em ia e ão, são partes da filosofia do grupo que vão tocar certamente a qualquer pessoa mesmo mais leiga na matéria. Descobri, também, que há um bom remédio para os dias mais tristes que acontecem de quando em vez e chama-se KUMPANIA ALGAZARRA.
Lançado no final de 2007, o coerente cd de estreia deste grupo, que partiu de Sintra e agora invade os palcos mas também as ruas, praças, jardins, becos e tantos sítios onde houver… festa, pode ser adquirido nas melhores discotecas ou mesmo contacto a banda no seu sítio oficial.
E eis que, quem ouve o disco, se depara com uma grande volta pela música do mundo e, apesar de lá estar indirectamente qualquer coisa da MTP, é para os sons balcânicos, árabes, ska, latinos, ou mesmo afro-beat que estas 12 músicas nos levam directamente. Mas não é só a música que nos delicia, é também o percurso efectuado pelo grupo, a maneira de estar na vida, a intervenção social entretanto efectuada, o salutar posicionamento interventivo anti-guerra e a constante solidariedade comunitária são motivos para os tentar conhecer melhor.
Musicalmente, numa linhagem pelas fanfarras europeias, a KUMPANIA acaba por nos oferecer a chamada música de fusão soberbamente interpretada (numa análise técnica, claro) por todos os músicos sem excepção e que merece extravasar fronteiras num grande roteiro feito à medida deles.
Tempo agora para deixar uma nota à qualidade da “festa” produzida no cd, pois parece-me semelhante ao que é transmitido ao vivo, porque fiquei contagiado pela alegria suprema da música escutando o cd e vê-los ao vivo. E eu acho que é bom sinal porque a energia e a maneira de passar a mensagem são as mesmas, apesar da natural diferença de tocar ao vivo.
Para a completa ALGAZARRA estão os seguintes músicos: Hugo Fontainhas (bateria), Hélder Silva (percussão), Rini Luyks (acordeão), Luís Barrocas (guitarra, saxofone e voz), Pedro Pereira (contrabaixo), Francisco Amorim (trombone), Ricardo Pinto (trompete) e Luís Bastos (clarinete). Como convidado, esteve ainda o alemão Willi Kirsch (flauta transversal).
Não é, penso eu, preciso dizer mais nada, pois só ouvindo o disco se torna mais fácil perceberem o que estou a tentar transmitir, mas se ouvirem alguma coisa das recentes colaborações com os TERRAKOTA e TUCANAS vão querer imediatamente saber mais deles.
Quanto à gravação efectuada no estúdio dos amigos BLASTED MECHANISM (cujas colaborações são permanentes), apesar de não estarmos perante instrumentos muito “difíceis” de captar, nada há a apontar porque o trabalho está profissional desde a captação à masterização.
Para ouvir em Repeat all no vosso leitor de cd’s e mandar, a partir do momento que o começa a ouvir, a tristeza para as malvas. Edição de autor, 2007. (8/10)
André Moutinho

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1 Comments:

Blogger Carlos Santos said...

Visitem a Comunidade de Danças Tradicionais www.dancastradicionais.net
e ajudem a divulgar.

12:29 da tarde  

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