sexta-feira, dezembro 21, 2007

Notícias da Semana

- O Museu da Música está a realizar as chamadas “Viagens musicais pela EU” e que terminam já no próximo dia 22 com um concerto comentado de guitarra portuguesa e cavaquinho. Antes de terminarmos a viagem pelas culturas musicais da UE, tempo ainda para dar um pulinho à Bélgica e apreciar o concerto de jazz do TRIO VAIANA organizado com o apoio da Embaixada e da Comunidade Francófona de Bélgica. Tal como os demais, a entrada é livre. Sábado, pelas 16h, teremos então o final com JOSÉ LÚCIO em que se homenagearão dois dos representantes de Portugal na exposição, a guitarra portuguesa e o cavaquinho. A entrada é livre. JOSÉ LÚCIO é um apaixonado pelos cordofones portugueses, tendo dedicado mais de 40 anos à sua investigação, conhecendo de perto os grandes mestres, investigadores e construtores. Com eles aprendeu o fabrico, reparação e técnicas de interpretação, tendo procurado dar continuidade aos seus testemunhos. Começou a sua colecção de cordofones comprando instrumentos velhos, reparando-os, dando-lhes a dignidade do tempo. Fez várias exposições (Beja, Óbidos, Caldas da Rainha, Lisboa, etc.) e dezenas de cursos sobre a arte de os tocar. Colaborador da RTP canal 1 e da Rádio Comercial foi autor/apresentador de vários programas como “O Sótão do Zé”; “Plim-Plam-Plum”, “Flauta de Pã”, entre outros. Escreveu 4 livros sobre instrumentos, sendo o último dedicado ao cavaquinho. Ainda no Museu é possível ver a exposição “Culturas Musicais da União Europeia: Uma Viagem Instrumental” até 29 de Dezembro de 2007. Para animar o percurso até 29 de Dezembro prevê-se a realização de actividades de divulgação da música dos 27. Mais info em http://museudamusica.blogspot.com/.

- Começou a 4 Outubro em Lisboa e fecha a 22 Dezembro em Águeda o 11º OuTonalidades completa roteiro nacional ao fim de 32 espectáculos em oito distritos! O Outono quente de 2007 não terá sido apenas consequência das alterações climáticas e do tão falado aquecimento global. Vários distritos estiveram em alerta laranja devido a um anticiclone de música ao vivo que percorreu o país durante os últimos meses do ano: a 11ª edição do OuTonalidades. Cerca de trinta noites OuTonalidades aqueceram oito distritos do país, onde 26 grupos circularam e fizeram ouvir as músicas do mundo o rock e o jazz, o fado ou o humor, a improvisação ou o folk. Mais uma vez, a rede estabelecida com bares de vocação cultural foi decisiva para o sucesso deste circuito, onde a música ao vivo assume um papel principal, onde os copos fazem silêncio para se escutar um fado, dançar uma chula ou acompanhar com palmas a música judaica klezmer. O balanço positivo do evento suporta-se no desenvolvimento e reforço de uma múltipla parceria entre inúmeros promotores culturais públicos e privados, provocando o surgimento de novos circuitos de música ao vivo e o incremento de novas propostas de programação no mapa cultural em Portugal. O OuTonalidades multiplicou, nesta edição, não só a expansão geográfica, mas especialmente a qualidade da bolsa de grupos no programa, com ganhos importantes para os espaços, os artistas e o muito público das noites de Águeda, Cantanhede, Estarreja, Évora, Fundão, Guarda, Lisboa, Paços de Ferreira e Tondela. Os Municípios de Estarreja e de Águeda foram parceiros desta 11º edição, produzida pela d’Orfeu Associação Cultural. É a 22 de Dezembro que termina esta edição e se começa já a desenhar a próxima. Porque OuTono há todos os anos! Os números do 11º OuTonalidades: 8 distritos, 10 espaços, 26 grupos, 12 fins-de-semana e 32 espectáculos.

- O último domingo de cada mês em Águeda é dedicado a experiências vibrantes para as orelhas dos pequenotes, em “Bebés com Música”. Esta prática com inúmeros casos de sucesso por todo o país, pegou de estaca em Águeda. As sessões de Outubro e Novembro tiveram uma larga participação de bebés e famílias vindas de toda a região. A fechar o ano, mais uma sessão que promete.O próximo “Bebés com Música” terá lugar na manhã do domingo 30 de Dezembro pelas 10h30 da manhã, com uma duração mínima de 60 minutos, Casa do Parque da Alta Vila. Todas as informações estão disponíveis em http://www.dorfeu.com/. Os músicos Artur Fernandes, Bitocas e seus convidados pontuais vão promover memórias colectivas entre os bebés e os seus mais velhos, dando espaço a uma participação efectivamente familiar. A d’Orfeu Associação Cultural e a Câmara Municipal de Águeda promovem “Bebés com Música” no âmbito da cada vez mais reforçada oferta formativa da EMtrad’ - Escola de Música Tradicional.

- 1ª Sugestão de passagem de ano. O Natal em Trás-os-Montes é diferente de qualquer outro Natal no mundo. Os caminhos sinuosos da serra mantiveram as comunidades afastadas do rebuliço das grandes cidades e permitiram a sobrevivência de antigos costumes da região. É o caso da "Festa dos Moços", que ocorre em todo o Nordeste Transmontano na altura do Natal e da Passagem do Ano, como memória viva de ritos ancestrais. Durante dois dias, os rapazes solteiros comandam a vida na aldeia. A festa, com origem nos rituais pagãos do solstício de Inverno, celebrava o início de um novo ciclo agrícola, com os dias que começam a ficar mais longos, e, para os rapazes significa também a passagem para a idade adulta.
A festa começa logo de madrugada, com o gaiteiro que acorda toda a aldeia com a sua gaita-de-foles. Sucedem-no os "caretos", criaturas estranhas vestindo trajes bizarros, com chocalhos e fitas penduradas, e exibindo máscaras diabólicas. Dançam, pulam, rodopiam e fazem grande algazarra. Hoje tudo lhes é permitido e, por detrás da máscara que lhes protege a identidade, cometem os maiores impropérios… Sem qualquer cerimónia, invadem as casas onde roubam chouriços, morcelas, carnes de fumeiro, figos secos e pão para juntar à festa. Vá com a AEPGA - Associação de Estudo e Protecção do Gado Asinino - comemorar a passagem de ano a Trás-os-Montes e envolva-se numa das festividades mais antigas desta região, a "Festa dos Moços". Mas antes uma sugestão: campanha de natal com presentes originais e já agora ofereça o apadrinhamento de um burrinho das terras de Miranda!
Quanto à passagem de ano em Trás-os-Montes propriamente dita, ela aconecerá entre 27 de Dezembro e 1 de Janeiro, em Vimioso e Miranda do Douro. Venha, assim, descobrir a região Transmontana e embrenhe-se nas festividades do novo ano. O programa é:
27 de Dezembro - "Dia dos Cepos", na aldeia de Constantim pelo final da tarde. Inicio das festividades com o atear de uma grande fogueira pelos rapazes da aldeia.
28 de Dezembro - "Festa dos Moços", na aldeia de Constantim. É neste dia, logo pela manhã que encontramos o "Carocho e Velha", que juntamente com o grupo de pauliteiros e os tocadores de flauta pastoril, tamboril, gaita-de-foles, caixa e bombo, desfilam pelas ruas da povoação. O cortejo inicia-se bem cedo e percorre as ruas da aldeia, parando em todas as casas onde os pauliteiros dançam um lhaço e o carocho faz inúmeras tropelias espantando quem passa.
29 de Dezembro - Dia livre para ir descobrir as Terras Transmontanas.
30 de Dezembro – Passeio pelo vale do Rio Sabor de Vimioso a Mogadouro.
31 de Dezembro – Centro de recria e acolhimento do burro de Miranda “O Palherico", em Miranda do Douro. Animação de rua com gaiteiros das Terras de Miranda, jantar e ceia de ano novo com animação pela noite dentro.
1 de Janeiro – Almoço campestre no miradouro de S. João das Arribas
Para mais informações: http://www.aepga.pt/.

- 2ª Sugestão. TOQUES DO CARAMULO e KUMPANIA ALGAZARRA na praça 5 de Outubro em Torres Novas. Mais info em http://www.cm-torresnovas.pt/.

- 3ª Sugestão. Festival de passagem de ano, em Coimbra, nos dias 29, 30 e 31. Ambos os colectivos organizadores [Rodobalho e Tradballs] se dedicam à promoção e divulgação de música e dança tradicionais de todo o mundo, zelando por divulgar [reconstruindo] um património que, por ser tão único, pertence a todos nós. Desde a sua formação têm vindo a organizar eventos inéditos, como workshop’s de dança e instrumentos e bailes/concertos em locais inesperados e culturalmente valiosos. O seu objectivo, tão bem conseguido até agora, é seduzir as pessoas durante o dia, ensinando-lhes o abecedário da dança, de modo a que, à hora dos bailes, elas se sintam à vontade para criarem as suas próprias poesias dançantes. Cumpre-se assim o lema: “de tarde aprende-se, à noite baila-se”, fazendo com que todas as pessoas sejam agentes activos desta festa, desde os músicos àqueles que dançam, passando também por todos os que vão aparecendo, movidos pela curiosidade ou cativados pela intensidade que se faz sentir.
Haverá, portanto, bailes com algumas das melhores bandas portuguesas do universo folk e uma banda belga, os TRIPLE-X; workshop’s de danças tradicionais, de instrumentos, projecção de vídeos relativos ao tema, contos mágicos e o mais que a imaginação e a vontade quiserem. Haverá cores alegres, sons hipnotizantes, gente sorridente. Momentos intensos e únicos para partilhar entre todos num festival que aliará as raízes das melodias tradicionais (que, embora negligenciadas, nos ardem no sangue) a sons e composições do futuro. Decididamente, uma celebração que ninguém esquecerá tão cedo!

André Moutinho