sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Notícias da Semana

Títulos

- MANDRÁGORA;
- Intercéltico de Sendim;
- Novo Regime de Trabalho de Artistas;
- CRAMOL;
- Candidatura das tradições orais Galaico-Portuguesas à Unesco;


Desenvolvimento

- Depois de um excelente e premiado primeiro álbum, o homónimo “Mandrágora” (Zounds, 2005), os MANDRÁGORA preparam já o lançamento do seu segundo disco. Vai chamar-se “Escarpa” e tem saída prevista para 9 de Maio com a etiqueta da produtora Hepta Trad. Os MANDRÁGORA já falaram sobre “Escarpa” ao Rui Dinis do blog “A Trompa” no qual tomámos a liberdade de retirar o seguinte: “Depois da senda pelas raízes folk, que serviram de inspiração ao 1º disco dos MANDRÁGORA, o novo “Escarpa” segue um caminho mais urbano numa explosão de ideias progressivas com salpicos de Jazz e vórtices de Rock. As músicas são curtas e densas com melodias rápidas na gaita-de-foles, muita improvisação ao saxofone e um baixo e bateria intensas. O conjunto é enriquecido com originais arranjos de guitarra e pela introdução de instrumentos de arco como o violoncelo a moraharpa e a nyquelarpa. Além da composição instrumental conjunta, “Escarpa” conta com a participação internacional de SIMONE BOTTASSO no acordeão diatónico e de MATTEO DORIGO na Sanfona e, ainda, da participação nacional de FRANCISCO SILVA na voz e guitarra e de HELENA MADEIRA na voz. Fonte: A Trompa.

- À semelhança do sucedido no ano passado, a organização do Intercéltico de Sendim tem já o cartaz fechado a largos meses da realização das festividades que, este ano, ocorrem entre os dias 1 e 3 de Agosto. A abertura (dia 1) estará a cargo da banda folk-rock de Coimbra GINGA (autores do álbum “Celebratio” de 2006), que têm tido muito mais projecção em Espanha do que propriamente no nosso país. Seguem-se os asturianos SKANDA que é uma jovem banda folk que já actuou no festival vizinho Celtirock e que é descendente de uma linhagem de projectos bem conhecidos desta localidade de Terras de Miranda, como os TEJEDOR, LLANGRES ou LLAN DE CUBEL. Os galegos LUAR NA LUBRE da cantora portuguesa SARA VIDAL (mentora do fantástico blog ”Sons Vadios” e que já foi nossa cronista) constituem-se como a banda principal do primeiro dia de Intercéltico de Sendim. Esta é uma rara oportunidade de escutarmos ao vivo o seu mais recente trabalho, “Camiños Da Fin Da Terra” (já de 2007). No dia seguinte, o Intercéltico de Sendim, vira a leste e oferece-nos, provavelmente, aquela que será a grande revelação deste festival: os KEREKES BAND bem cotados na imprensa britânica da especialidade. De seguida caminha-se ainda mais para oriente, pois viaja-se da Hungria até à Ucrânia com os VOANERGES para mais uma nova combinação explosiva de rock local com funk, rap, hip-hop e gospel. O programa principal do Parque das Eiras encerra com o grande balanço do “etnofolkadelic” escocês dos SHOOGLENIFTY. Ao terceiro dia celebrar-se-á a tradicional missa céltica e haverá também o rock agrícola e mirandês dos PICA TUMILHO. Estaremos atentos… Fonte: Crónicas da Terra.

- A NAIFA está a preparar uma nova digressão, mais precisamente de 17 datas pelos cine-teatros e auditórios do país, agora que começam a ter qualidade para receber grandes nomes da música portuguesa. Irão então arrancar esta tornee no próximo dia 3 de Abril em Coimbra e terminarão a 13 de Maio em Braga. Na bagagem destas viagens, a apresentação do novo disco “Uma Inocente Inclinação Para O Mal”. O sucessor de “Três Minutos Antes Da Maré Encher”, ao que parece, ainda não tem alinhamento definitivo. Mas uma coisa é certa, os 14 textos que LUÍS VARATOJO, MITÓ E JOÃO AGUARDELA musicaram são da autoria de MARIA RODRIGUES TEIXEIRA. O próximo trabalho ao que parece será editado pela “Lisboa Records” e deverá estar à venda a partir de 31 de Março. Duas semanas antes, é possível adquiri-lo a, de acordo com palavras de LUÍS VARATOJO, a preço de lançamento, nas bilheteiras dos teatros para quem comprar bilhete para um dos espectáculos previstos.

- O regime que define as regras dos contratos de trabalho dos profissionais de espectáculos em Portugal entra em vigor com a publicação da legislação, na semana passada, no Diário da República. Os profissionais do espectáculo, como actores, realizadores, músicos, bailarinos ou toureiros, não tinham até aqui qualquer estatuto que regulasse a sua actividade. A maioria dos artistas trabalha actualmente sem contrato de trabalho, a recibos verdes, e sem qualquer protecção em caso de doença ou desemprego. O novo regime, que foi aprovado na Assembleia da República em Novembro, regulamenta o exercício da profissão, estipula a modalidade de contrato de trabalho - por tempo indeterminado ou a termo resolutivo - e quem está abrangido pela lei. O documento refere ainda que os artistas não são obrigados a registarem-se nos serviços do Ministério da Cultura, mas quem o fizer terá direito a um título profissional válido por cinco anos. A lei não estabelece ainda as regras relativas à segurança social, cujo regime será estipulado numa regulamentação específica, uma ausência criticada por todos os partidos da oposição na altura em que a legislação foi aprovada. Os direitos de propriedade intelectual decorrentes da actividade artística serão regidos pelo Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos. A legislação estipula que são consideradas artísticas as actividades de actor, artista circense ou de variedades, bailarino, cantor, coreógrafo, encenador, realizador, cenógrafo, figurante, maestro, músico e toureiro. Fonte: Lusa.

- O CRAMOL tem estado a apresentar em Lisboa e no Porto o seu novo trabalho discográfico “Vozes de Nós” já apreciado pelo autor deste blog em anterior post. Entretanto, a press release chegada até nós, refere que no repertório do CRAMOL juntam-se polifonias de vários cancioneiros nacionais, provindas das cuidadas escolhas de Giacometti/Lopes-Graça ou de José Alberto Sardinha, mas também de outras fontes devidamente identificadas. São canções de trabalho, de embalo, de reza, de festa, ecos de um mundo essencialmente rural onde o sagrado e o profano se unem no ciclo único da natureza. Nuno Pacheco, do Jornal Público, disse no passado dia 12: “(…) cramolas... mulheres que têm voz primeira. E todos ressoamos nela"(…). Neste mês de Fevereiro, o grupo apresentará "Vozes de Nós" em várias localidades das Grandes Lisboa e Porto. Neste seu segundo trabalho discográfico, o CRAMOL revivifica muitos dos cantares de mulheres recolhidos nas várias regiões de Portugal. "Vozes de Nós", título inspirado no livro "Nós de Vozes" de Ana Paula Guimarães, é uma viagem pela música tradicional cantada por mulheres durante as diferentes fases dos seus quotidianos. Do Natal e do embalo, do namoro, do trabalho e do lazer passando pela Paixão e a Aleluia. O nascer e o renascer, na vida, na natureza e nos rituais religiosos e profanos que lhes estão associados. "Vozes de Nós" é uma edição da Ocarina e já está disponível no mercado.

- No Encontro de Associações Juvenis de Galiza e do Norte de Portugal, as mais de 70 associações reunidas no passado fim-de-semana em Famalicão, acordaram dirigir-se aos Ministérios de Cultura de Portugal e Espanha para pedir que seja tramitada a proposta de inscrição na Lista Indicativa do Património Imaterial a Candidatura das tradições orais galaico-portuguesas. Assim, todas as associações participantes neste encontro, manifestaram que: Portugal e Espanha apresentaram no ano 2004 a mesma candidatura às terceiras proclamações das obras-mestras do Património Imaterial da Humanidade falhadas pela Unesco em Novembro de 2005; Que esta candidatura representou no seu procedimento e no seu processo um exemplo de trabalho activo por parte de sociedade civil na resposta ao valor do património cultural compartido entre a Galiza e o Norte de Portugal; Que a Divisão de Património Imaterial da Unesco enviou aos respectivos Estados, mediante documento escrito, a sugestão de “voltar a apresentar o processo da candidatura com o mesmo conteúdo e depois de realizadas as pertinentes alterações”, destacando o importante labor desenvolvido pelos promotores da candidatura no âmbito das escolas, chegando a obter importantes apoios de todos os âmbitos sociais e institucionais de ambos países. Assim, pelo anteriormente exposto, acordaram: Dirigir-se ao Ministério de Cultura de Portugal e ao Ministério de Cultura de Espanha para solicitar que proponham a inclusão na Lista Indicativa que a Unesco publicará em Outono de 2009, a Candidatura das Tradições Orais Galaico-portuguesas e mostrar o apoio das associações participantes neste Encontro Associativo do Norte de Portugal e a Galiza a esta iniciativa.

André Moutinho